sexta-feira, 18 de novembro de 2011

A voz da Casa

Quando uma casa fala...

Bom dia!!!
Nunca vim falar com vocês pessoalmente... mas resolvi deixar de lado o silêncio e me manifestar.
Fui inaugurada há muitos anos, por assim dizer. Passei pelas mãos carinhosas da Mãe Maria e, por fim, cheguei aos cuidados do Pai Alexandre, um "filho que eu vi crescer e que hoje zela por mim.
Mas, ás vezes, acho que cada médium que faz parte de quem eu sou, se esquece disso... acabam acreditando que eu sou apenas as células e energia do Pai-no-Santo, quando na verdade, cada um de vocês me fazem ser o que sou.
Sou forte, sou amor, sou crescimento, sou milagre. Sou ENERGIA que emana daqui para o mundo todo, sou a Casa de São Lázaro.
E a energia que eu sou é o que cada um de vocês emana. E o que cada um de vocês emana varia de pensamentos até o papel que é jogado no chão. Todo amor, toda a gratidão e toda conquista ficam plasmados nas minhas paredes. Assim como cada desobsessão, cada lágrima, cada tristeza, cada medo, cada traição, cada frustração.... o cheiro dos cigarros, os pingos das bebidas, as fumaças das velas que sobem em prece enquanto a cera tatua o chão.
E é assim que estou hoje. Os Guias Espirituais pedem, imploram por ajuda em meu nome e em NOSSO benefício. 
(...)
Já li aqui tantos relatos de milagres e gratidão. E imagino o que seríamos capazes de fazer se mantivessemos o espaço físico o mais adequado e propício possível...

2011 Nossa Corrente
Foto: Lilyana Israele

E É POR ISSO QUE ROMPO MEU SILÊNCIO HOJE E PEÇO, A TODOS, QUE POR FAVOR, FAÇAM O QUE FOR NECESSÁRIO PARA QUE ESTEJAMOS DE ACORDO COM AQUILO QUE PODEMOS SER: O MELHOR. QUE TODOS QUE FAZEM PARTE DAQUILO QUE SOU DOEM SEU AMOR EM TEMPO E DEDICAÇÃO, ENFRENTEM O FRIO, A PREGUIÇA (QUE EU ENTENDO BEM.... TAMBÉM TENHO ÀS VEZES, MAS MINHAS PORTAS ESTÃO SEMPRE ABERTAS, MESMO NOS PIORES DIAS...) E APAREÇAM. QUANTO MAIS GENTE, MAIS ALEGRE O TRABALHO, MAIS RÁPIDO E MAIS EFICIENTE SERÁ O RESULTADO, AFINAL, DIZ O DITADO QUE NENHUM DE NÓS NÃO É TÃO BOM QUANTO TODOS NÓS JUNTOS!
EU PRECISO DE VOCÊS E CONTO COM SUA AJUDA!
Sinceramente e com amor,
C.I.E.S.L.

((Mensagem enviada por Deborah Bini Magon em 16/07/2010)) 

Érica Diana

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

A Teia da Vida

"O que ocorre com a terra recairá sobre os filhos da terra. O homem não teceu a teia da vida: ele é simplesmente um de seus fios. Tudo o que fizermos ao tecido, fará o homem a si mesmo." - Cacique Si'ahl, 1854.



domingo, 25 de setembro de 2011

Deus e o Diabo

Sempre pensei que uma postura ativa e consciente perante o mundo fosse uma obrigação. Mas acho que isso nunca foi uma realidade.
Acredito que para um produtor cultural, aquele que produz cultura, isso é mais que obrigação, deve ser natural, fazer parte do inconsciente. Afinal, para se fazer cultura de verdade e de qualidade, você precisa e deve estar sempre conectado, plugado, antenado com tudo a sua volta.

Glauber tem isso no corpo. É possível perceber isso assistindo aos vários depoimentos e programas que existem no youtube. Não é uma consciência forçada, obrigada, exagerada. Mas sim uma consciência inconsciente, natural, intrínseca a personalidade.

Escolhi esse vídeo como exemplo de tudo isso que estou falando porque nele, Glauber fala sobre a cultura brasileira. E é impressionante como nada mudou. Ainda tentamos fugir da nossa natureza tropical, tentamos fazer ópera ao invés de fazer macumba, como ele mesmo diz.

Existem hoje pessoas que tem esse plug no corpo, não tenham dúvidas. Não sou do tipo saudosista, mesmo. Muito pelo contrário. Acredito que hoje a nova geração está deveras conectada com o mundo, a internet ajuda e muito nisso. Acredito que existem hoje, grandes formadores e criadores de conteúdo que fazem de forma natural tudo o que a geração de Glauber tentou fazer e fez. Não há como comparar uma coisa com a outra, afinal os tempos são outros.

O importante na verdade é ser coerente sempre. Plugado sempre. Inteiro sempre.

Deus e o Diabo ainda estão na Terra do Sol!



Filipe Hauszler


terça-feira, 20 de setembro de 2011

O Tempo é um emaranhado


CONSELHEIRO
Aqui estão nossas mãos
palmo a palmo,
lambuzamos com teu líquen
e atacacamos tuas pedras estéreis no caminho,
deixando a tatuagem das corrosões do coração.

(Lina, a Escrava Liberta Libertas e o Conselheiro atacam com suas mãos lambuzadas de líquens os Loteadores, que se transformam em parceiros para o desembecamento do Teatro)


LINA
O nosso humano martírio aqui
é reflexo de tortura maior,
mais ampla,
abrangendo a economia geral da Vida.
Nasce do martírio secular da terra
Mas o tempo linear é uma invenção do ocidente
O tempo não é linear,
é um maravilhoso emaranhando onde, a qualquer instante podem ser escolhidos pontos, e inventadas soluções
sem começo nem fim                           

                                                                                             CORO  
                                                                                    Em luta surda,
mas emocionante,
para quem consegue perceber,
através de séculos sem conto,
entorpecida sempre
pelos agentes adversos,
mas tenaz, incoercível,
num evolver seguro,
a Terra organismo vivo,
transmuda-se de dentro para fora
Intuscepção,
indiferente aos elementos que lhe tumultuam à face.
 



Teatro Oficina - Os Sertões . A Terra
Imagens respectivamente:
http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2007/11/29/327367481.asp
http://cinecritica.wordpress.com/2006/09/28/ossertoes/


Filipe Hauszler

terça-feira, 13 de setembro de 2011

O Jongo

Aquilo que forma a gente.
O jongo, ritmo brasileiro, ritual e dança de origem afro-descendente. Religião, crença, magia, mística, história.

Os cenários, a aproximação com os entrevistados, a linguagem... é a Teia absorvendo as informações.

 

O Jongo - Ritual e Magia no Quilombo São José






Érica Diana

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Nossas mãos dadas



Após cada festa, cada celebração, cada reunião, cada faxina coletiva o sentido de “somos um” reascende no C.I.E.S.L.

No dia 26 de agosto de 2011 tivemos nossa Festa de Esquerda, dia no qual mostramos o quanto somos fortes, o quanto podemos ser organizados, o quanto somos iguais e lutamos pelo mesmo ideal, apesar de sermos tão diferentes.

Pequenos gestos, uma carta deixada por alguém na assistência no Congá, lágrimas, abraços sinceros, união.

Nosso Projeto caminha... Reuniões quase toda semana, sonhos, erros, tentativas! E assim seguimos, reparando em cada “pequena” coisa em nosso caminho, absorvendo essa essência que faz de cada um de nós Círculo de Irradiações Espirituais de São Lázaro.


Érica Diana


Após a festa, nosso Babá, Alexandre, escreveu e nós republicamos aqui.

Sarvá, saravá, saravá...
À este filho de pemba que fica em pé no congá
Saravá, saravá, Oxalá
Se é Pai de cabeça não deixa seus filhos tombar.

Saravá a todos os filhos de santo da Casa de São Lázaro.
Essa festa foi o reflexo do que somos de fato, ou ao menos trabalhamos arduamente para ser... Uma comunidade, forte, luminosa, amorosa, alegre, ética e séria.
A energia, a emoção, a gratidão estampada em cada rosto, todas as palavras, todos os abraços e todas as bênçãos são o livro de nossa verdadeira história.
Eu amo nossa Casa.
Nossa Casa é nossas mãos dadas.

 Fotos: Lilyana Israele
Alexandre Meireles





segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Eu Não Quero Voltar Sozinho

Acho que já falei diversas vezes aqui sobre simplicidade.
De verdade não acredito que seja necessário uma super produção para tocar uma pessoa, coisa que para mim é o objetivo maior de um filme.
"Eu não quero voltar sozinho" é de uma delicadeza, de uma sensibilidade e de uma simplicidade tocante. Não sou critico de cinema e nem nada disso, mas não vai ser difícil de sacar do que eu estou falando.

Assistam, espalhem e aproveitem.




Filipe Hauszler

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Amores Expressos

Até onde um lugar pode influenciar o amor?

Na verdade, a primeira pergunta é: o que é o amor?

Na série Eu Maior, que a Érica postou aqui, Flavio Gikovate diz que o amor não deve ser a união de duas metades e sim, a união de dois inteiros com afinidades de caráter e projetos de vida.

Já para Daniel Galera, o amor é um sentimento de afeto muito forte e que está sempre intimamente ligado ao sentimento de perda, mesmo que velado ou inconsciente, daquilo que a gente tanto estima.

Para mim, o amor é sempre derivado da experiência. Não existe amar sozinho. Como diz Clarisse, "(...)o sabor de uma fruta está no contato da fruta com o paladar, não na fruta mesmo."1
Nada é sozinho, tudo depende da experiência com o outro.

Todos nós podemos criar várias definições de amor.

E para você, o que é o amor?





Amores Expressos é uma série de Tv que derivou de um projeto em que 16 renomados escritores brasileiros, de diferentes gerações, foram enviados por um mês para diferentes cidades do mundo, com o objetivo de criar histórias de amor, inspiradas pela experiência dos escritores em suas cidades-destino. Um escritor viaja para uma cidade. Escreve uma história. Um romance. Isso vira um livro. E porque não, um filme.

1 LISPECTOR, Clarisse. In: Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres.

Filipe

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Eu maior

Eu Maior é um filme sobre autoconhecimento e busca da felicidade e conta com depoimentos de pessoas incríveis como Leonardo Boff, Barbara Abramo, Flavio Gikovate, Araquém Alcântara, Letícia Sabatella e muitos outros.
Um filme sobre questões essenciais e universais, numa época de grandes transformações e desafios, que pedem níveis mais altos de discernimento e consciência individual.
Para nós é também mais uma forma de captar e montar histórias, de ilustrar emoções, opiniões, de entender cada pessoa como um ser único.

www.eumaior.com.br




Eu Maior - Leonardo Boff





Eu Maior - Proferssor Hermógenes




Érica Diana

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Irradiações

Nossa história é feita de sorrisos...



C.I.E.S.L
2011
Foto de Lilyana Israele


Érica Diana

terça-feira, 26 de julho de 2011

25 de novembro de 2004

Em 2004, um grupo formado pela artista plástica Camila de Oliveira se juntou para pintar o muro em frente ao C.I.E.S.L.
Com doações de tintas e boa vontade, no dia 25 de novembro de 2004, eles fizeram a pintura, hoje já desgastada pelo tempo.


             



Sobre o desenho, Camila fala:
“Colocamos as quatro fases da lua para representar as Yabás, mãos movendo as pedrinhas miudinhas de Aruanda, estrela de Iemanjá, jardim de flores e Ibejis para as crianças e as cores para todos os Orixás... ah! E o símbolo das quatro raças no centro, com uma flor.”
Todos os símbolos foram escolhidos pelo grupo, em um trabalho que integrou os médiuns da corrente e ficou guardado na memória social coletiva da Casa.


São ações como essa que pretendemos reavivar por meio de nosso Projeto.
Utilizando palavras de Ecléa Bosi:
“Nosso interesse está no que foi lembrado, no que foi escolhido para perpetuar-se na história (...)” [1] (ênfase no original).




Fotos: Camila de Oliveira


Vamos (re)lembrar!!



Érica Diana


[1] BOSI, Ecléa. Memória e sociedade: lembranças de velhos. Editora da Universidade de São Paulo. São Paulo, 1987. Introdução – pg.1.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Sinceridades e Memórias


Ontem A Teia deu mais um passo importante, estamos cada vez mais deixando de ser “jangada de pedra” [1] à deriva pelos oceanos, navegando de forma aparentemente errante.
No processo de desprendimento dos caminhos “aparentemente errantes” tivemos um encontro/reunião/orientação com a Cris, Mãe Cris, que trouxe para nós (objetos atuantes e Projeto) novo fôlego, nova energia.

A conversa foi um misto de sinceridades, amenidades, orientação, boas risadas e memórias... Muitas idéias poderão em fim sair do papel! Aguardem, em breve o Projeto realizará algumas atividades coletivas, buscando, como fundamento de toda nossa proposta, trazer as pessoas para o protagonismo da história do C.I.E.S.L.

Nosso Projeto, nossa história, nossos caminhos ganham, a cada dia, pilares mais sólidos, mais força e mais luz.


Érica Diana


[1] A Jangada de Pedra é um livro de José Saramago que retrata, por meio de uma narrativa quase fantástica, a divisão da Península Ibérica do restante da Europa, onde Portugal e Espanha desprendem-se do continente e começam a navegar pelos oceanos. SARAMAGO, José. A jangada de pedra – Editora Record/ Altaya - São Paulo – 1980.




quinta-feira, 14 de julho de 2011

Prazer

Em meio a esse processo, estamos nos apegando a várias e várias fontes. Algumas nos mostram conteúdos interessantes, outras mostra estruturas de roteiros redondinhas e enfim, o aprendizado é sempre muito claro.

Com o documentário de Andrucha Waddington, não aprendi outra coisa se não o prazer de ver a história. Não é preciso ser nada sério e pomposo para ser um belo documentário, e está aí a prova.

Bom proveito.

Filipe

segunda-feira, 11 de julho de 2011

A Barca - Bumba Boi Brilho da Sociedade



Documentário sobre o Bumba Boi Brilho da Sociedade, sotaque de costa-de-mão, de Cururupu, Maranhão, Brasil. Produzido pelo grupo A Barca e Olhar Imaginário. Dirigido por Edu Garcia. Fotografia de Olindo Estevam e Angelica Del Nery. Integra o DVD 7 Curtas da Coleção Turista Aprendiz.



Érica Diana

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Cada pessoa É um mundo - Seu Barone

Algumas pessoas nascem com o dom de envolver as outras com as palavras.
Prender a atenção, emocionar, conquistar em apenas uma frase.
Ontem, Filipe e Eu fomos conhecer o Sr. Alfredo Barone, o FAMOSO Seu Barone, protagonista de muitas histórias do C.I.E.S.L.
O medo do desconhecido é inerente aos seres humanos, e assim fomos nós, apreensivos, criando nosso próprio Seu Barone, bem mais rígido e menos afetuoso do que a figura que encontramos no número 1.005 de uma rua na Zona Sul da cidade de São Paulo.
Uma visita sem pretensões. Juntamente com outras pessoas estávamos lá, para uma conversa de amigos... Um amigo que parecíamos reencontrar.
Entre recortes de jornal e muitos sorrisos a noite passou rapidamente. Não precisamos falar quase nada sobre nosso Projeto, mesmo sabendo que já haviam comentado com ele a respeito da nossa intenção de resgatar a história da Casa, nos pareceu que ele já sabia que um dia bateríamos à porta de sua casa, dispostos a partilhar de mais de 60 anos de vida desse Círculo.
Carinho na voz, no olhar, nas brincadeiras e na atenção que nos foi dada. O medo passou e o que sentimos foi o coração cheio. Algumas lágrimas até quiseram escapar... Um mundo imenso está se abrindo diante de nós; um não, dezenas de mundos se abrem, pois cada pessoa É um mundo.
Desse nosso primeiro encontro fica uma frase, que nos foi entregue logo ao chegarmos, uma frase que nos deu as boas vindas a esse novo mundo e também a certeza de que estamos no caminho certo:

“Existem momentos que jamais serão esquecidos. Não importa se foram rápidos, o mais importante é que foram vividos.”

Salve, Seu Barone.
Salve, Mãe Paula.
Salve, Agostinho.


Érica Diana

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Movimento

Já faz algum tempo que noto que as coisas não estão mais as mesmas. Vou me expressar melhor. As coisas podem até estar as mesmas, mas a postura das pessoas em relação a essa estagnação está mudando.
Hoje vemos, ouvimos ou ficamos sabendo de diversos movimentos que, para dizer o mínimo, questionam atitudes tomadas pelo governo, pontos de vista antiquados, violências e muitas outras coisas que de fato merecem ser questionadas.

Como exemplo, podemos citar o Movimento Brasil Pelas Florestas, que já citamos aqui algumas vezes, a Marcha da Liberdade, a Slut Walk, que aqui no Brasil ficou conhecida como Marcha das Vadias, e enfim... Várias pessoas estão se movimentando perante o mundo.

Nós d'A Teia estamos vivendo isso intensamente. Alguns de nós ligados a esses movimentos que eu citei aqui, outros não, mas A Teia também é esse movimento. Nós, com esse Projeto, também vivemos esse momento de postura perante o mundo. E é de extrema importância que vocês que acompanham esse blog, os irmãos que não acompanham, e enfim, todos os fios dessa Teia, saibam que todos também estão aqui envolvidos.

Esse vídeo é a prova de que não precisamos mudar o mundo com projetos grandiosos, mas verdadeiros.


MOVIMENTEM-SE!

Filipe Hauszler



segunda-feira, 4 de julho de 2011

A Teia

Como já dissemos aqui, a Teia tem a proporção que quisermos!

“Toda entidade é uma rede, e todas as entidades são co-extensivas e indiscerníveis das redes que participam."1

Hoje tive mais uma prova:

"Mas no mundo em que vivemos os fenômenos não são fragmentados e cada ato produz energia, tece a rede e por mais que tenha havido a decepção diante da GRANDE MÍDIA, por mais uma vez mostrarem que seus valores estão reduzidos a moedas de papel... a rede já foi formada e cá estamos nós, reverberando o movimento, fortalecendo a teia, porque nós somos mata, somos floresta e sabemos que a única coisa que nunca muda é a própria mudança!"  ((http://brasilpelasflorestas.blogspot.com/2011/06/passeata-pela-vida-no-xingu_7818.html))


Filipe Hauszler


ESCÓSSIA, Liliana da; KASTURP, Virgínia. A noção de rede coletiva. In: O conceito de coletivo como superação da dicotomia indivíduo-sociedade.
 

sábado, 2 de julho de 2011

Somos Florestais

Vou compartilhar com vocês um texto que escrevi sobre o Festival Folclórico de Parintins, nacionalidade e outras coisas. Espero que gostem.



Parintins e a ode ao nosso índio interior

É com Parintins que o mundo vai conhecer a Amazônia.
Parintins é o caminho!
Antes de ver o que acontece na festa do Boi de Parintins, pensava como muitos devem pensar: que a vida na Amazônia é a vida na floresta, nesse sentido e visão distanciada que temos da floresta, onde a fauna e flora se sobrepõe a vida humana.
Esse é um pensamento tão tolo como acreditar que São Paulo é o reino das oportunidades.
Assistindo ao Festival pude perceber que a floresta não se sobrepõe ao homem. Eles comungam. A floresta, seus seres e lendas dividem espaço com o homem.

Como não conhecemos o Brasil!

Nós, seres urbanos, brasileiros também, não conhecemos mais do que 3 lendas de nosso folclore, talvez isso aconteça porque nunca disseram que ele é nosso. Esse distanciamento é o nosso maior crime. É ele que não permite que tenhamos a Amazônia como nossa.

Parintins é a saída!

Em Parintins nosso índio interior é evocado, é cantado e dançado junto aos seres mágicos da Floresta.
Se cada brasileiro pudesse tomar ciência desse ser interno, absurdos como Belo Monte não aconteceriam.
Em textos como o da abertura do Festival*, declamado pelo Apresentador do Boi Garantido, pode-se ver o poder dessa ópera verdadeiramente e inteiramente tupiniquim.
O Brasil tem que conhecer o Brasil.
É tomando consciência de nossa nacionalidade, com toda sua amplitude territorial, cultural e moral que vamos poder combater a barbárie que nos destrói como nação florestal e tropical.
Não podemos deixar que o governo nos impeça de crer que somos UM Brasil.

Somos tropicais!
Somos Florestais!

Salve a nacionalidade sem ufanismos baratos!

Salve Parintins!
Salve nosso índio interior!


Filipe Fernandes Hauszler
São Paulo – 28.06.2011


 * “Senhores jurados, queridos amigos visitantes, minha galera querida a floresta queima aos olhos do mundo, o progresso avança e a vida se esvai. A soja ronda a Amazônia e o previsível acontece - o fogo arde e a vida vira cinza -  o que era gente vira boi e o que era árvore vira soja e grama. Assim nossa Amazônia queima, sem dó, nem drama, aos olhos insensíveis dos gananciosos. Mas é preciso gritar enquanto há tempo, e mais do que nunca  é preciso gritar para salvar a vida.  Essa é a grande missão do Garantido que, há mais de uma década, vem chamando a atenção para os riscos que rondam a Amazônia.  Nesta noite o Garantido abre o Festival Folclórico de Parintins com o espetáculo “Povo Vermelho“, revelando o índio como matriz principal de toda a mestiçagem e transfiguração ocorrida desde a colonização, que resultou no homem amazônico atual, com suas características indígenas visíveis. O nosso tema “MISCIGENAÇÃO” mostra os povos da floresta, para que possamos reconhecer o índio que existe em cada um de nós, valorizando, definitivamente, a contribuição indígena na formação social e cultural da Amazônia. “Povo Vermelho” é mais um grito de alerta através da arte para que o direito à vida seja resguardado a todas as comunidades indígenas, que sempre sofreram sem ter o direito à terra. E aos povos da floresta, como resultado da mais complexa transfiguração antropológica,  dolorosa enquanto fruto de uma dominação violenta, mas generosa, segundo Darcy Ribeiro, enquanto resultante de um novo povo.  Vermelho porque descendente dos índios e generoso porque cultiva o dom da convivência pacífica e harmoniosa. Estamos convencidos de que a “MISCIGENAÇÃO” fortalece o sentimento humano da convivência pacífica. E é com este sentimento senhores jurados, meus queridos visitantes, minha galera amada  que o nosso Boi GARANTIDO apresenta,  a partir de agora,  o espetáculo: “Povo Vermelho – A Amazônia Indígena Antes”   (Texto declamado por Israel Paulain, apresentador do Boi Garantido, na primeira noite do Festival de Parintins, 24/6/11.)


Filipe Hauszler

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Allan Kardec In Tambores de Angola

"Para bem conhecer uma coisa é preciso tudo ver, tudo aprofundar, comparar todas as opiniões, ouvir os prós e os contras." Allan Kardec [ Revista Espírita, setembro de 1866]

In: INÁCIO, Ângelo; (psicografado por) PINHEIRO, Robson. Tambores de Angola: romance mediúnico. 2ª ed. rev. e ampl. Contagem, MG: Casa dos Espíritos, 2006.


Érica Diana

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Cordão Dourado

Mais um documentário para nosso panteão de informações coletadas.
Mas esse tem um sabor especial. Tupi: Rebellion in the Backlands mostra um pouco dos bastidores e da sabedoria da montagem de Os Sertões, encenada pelo Teat(r)o Oficina.
Os Sertões, do Oficina, é uma Universidade, como diz o próprio Zé Celso, e foi um dos grandes responsáveis por sermos quem somos.

http://www.cultureunplugged.com/play/5659%20/Tupi--Rebellion-In-the-Backlands

Zé sempre diz que uma companhia de teatro é um cordão dourado. Esse não é, se não, outro jeito de ver a Teia.

Salve Zé!
Salve Oficina Uzyna Uzona!
Salve Os Sertões!







Filipe Hauszler

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Projeto A Teia


No ano de 2011, Filipe e Eu recebemos uma importante tarefa: (re)contar a história do Círculo de Irradiações Espirituais São Lázaro, círculo umbandista, localizado na cidade de São Paulo, com cerca de 60 anos de história.
Para nós, a idéia surgiu de forma imediata - vamos recriar essa trajetória por meio de um vídeo-documentário. Nascia ai o "Projeto A Teia".
O Projeto já nasceu com tudo para dar certo. Aos poucos fomos moldando e ele se tornou o que é hoje! Começamos convidando, para agregar esse processo criativo, uma grande amiga, Luciana Galvão, que mergulhou de cabeça nesse universo até então desconhecido para ela.
Partiremos do princípio base de que em um terreiro de Umbanda nada acontece sem a corrente e de que as pessoas são os pilares fundamentais, as paredes de uma casa baseada nos princípios de comunidade e coletividade, sendo então, para nós, impossível registrar essa história de outra forma, a não ser pelo contato direto com seus agentes-criadores, inseridos em um contexto real de cerca de 100 anos de Umbanda.
Buscaremos dentro de cada um uma história, e cada história formará uma só, a história de uma Casa, construída e fundamentada por meio de experiências humanas únicas.
Para mim, o que define esse projeto é a frase “Não sou, somos”.

Nós somos o Círculo de Irradiações Espirituais São Lázaro, somos o Projeto A Teia, somos sonhos e criação.

Érica Diana

quarta-feira, 8 de junho de 2011

A Ponte - desigualdade em foco

A Ponte, documentário dirigido por Roberto T. Oliveira e João Wainer, retrata a desigualdade social na Zona Sul da cidade de São Paulo por meio da figura da Tia Dag, a educadora Dagmar Garroux, fundadora da entidade que, desde 1994, trabalha com o desenvolvimento de crianças e jovens da periferia.

Para nós, mais uma forma de retratar a realidade é apresentada. A Ponte é o que divide a realidade dessas pessoas. É o mote para a apresentação dessas histórias que formam uma só - a história da periferia da zona sul.






Versão completa em HD do documentário "A PONTE" 2006 / Instituto Ruhka / Sindicato Paralelo / Direção: Roberto T. Oliveira e João Wainer / Fotografia: João Wainer / Produtores Associados: Roberto T. Oliveira e Marcelo Loureiro / Trilha Sonora: Zé Gonzales e Daniel Ganjaman / Direção de Arte: Paulo Franco / Edição: André Dias e Alex Kundera / Produção: Claudio Gabriel e Julio Sena / Fotografia adicional: Lula Maluf, Arci Reis, Roberto T. Oliveira e Claudio Gabriel / Finalização: Alex Kundera / Mixagem: Daniel Ganjaman (Estudios YB) / Participações: Mano Brown, Ferrez, Floriano Pesaro, Paulo Lima, Padre Jaime, Fabio Gurgel, Saulo Garroux, João Batista Cardoso / Para ajudar acesse: casadozezinho.org.br 


Érica Diana

sábado, 4 de junho de 2011

NARRATIVA DOCUMENTAL

Toda vez que penso no documentário que estamos produzindo, fico meio aflito em como amarrar histórias tão pessoais para cada pessoa. Para mim esse é um dos grandes desafios da Teia, como tecê-la, como alinhavar essas histórias.

O curta " Eu não gosto dos meninos" é um grande exemplo de construção narrativa em um documentário.
De um ponto em comum, o diretor amarra as histórias, construindo uma só História.
Assistam, é um projeto muito bacana, além de contar com pessoas muito queridas.





 
Filipe Hauszler

domingo, 29 de maio de 2011

Belo Monte, Anúncio de uma guerra

"Somos a geração de câmeras HD de um quilograma, ilhas de edição que cabem na mochila, face-book, liberdade de informação e por que não a geração do Crowd funding?! Fazer cinema independente é muito difícil em qualquer lugar, então por que não acrescentarmos essa incrível ferramenta ao processo primordial da produção de um filme: a captação de recursos."







Filipe Hauszler

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Igbadu - Cabaça da Criação

O mito da cabaça - Igbadu - é um elo de ligação da criação arstistica com as raízes africanas e religiosas. Em Pernambuco, a influência da tradição religiosa na criação musical foi resgatada em três terreiros: Sítio de Pai Adão - o mais antigo de Pernambuco, o Terreiro Ilê Oba Aganju Okoloya - Terreiro de Mãe Amara e a Sociedade Religiosa Africana Santa Bárbara - Nação Xambá e imagens do terreiro Ilê Asè Yemoja Ogúntè. ((Texto retirado do site http://www.portacurtas.com.br/))


A cada dia, a cada novo vídeo, uma nova forma de se contar histórias nos é apresentada!


História, religião, Mestre Afonso, Maracatu...cultura!







Érica Diana

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Saindo do papel



"Nunca imaginei me tornar um diretor, mas do primeiro dia , da primeira vez que gritei (no nosso caso, gritamos) 'Luz! Câmera! Ação! Corta!', pareceu-me ter sempre feito aquilo, não poderia fazer nada diferente, aquilo era eu e aquela era minha vida.. "
Frederico Fellini



Foto: Luciana Galvão


Esta semana saímos do papel com a nossa primeira prévia, foi simplesmente maravilhoso.
Uma conversa descontraída, que nos rendeu muitas informações necessárias para dar continuidade ao nosso projeto.  
Luciana Galvão

Dona Santa

Muitas coisas nos inspiram e nos norteiam nesse processo que é A Teia. Vemos, ouvimos, lemos...somos bombardeados de bons materiais o tempo todo.
Histórias como a de Dona Santa, rezadeira do morro, fazem nosso cérebro trabalhar em ritmo acelerado!


Dona Santa - Documentário - 2006


Érica Diana

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Tudo se explica

Ontem fizemos nossa primeira pré-entrevista. Em breve vamos colocar as fotos desse encontro e falar mais sobre ele, mas eu, pessoalmente, saí de lá com uma coisa muito forte na cabeça: as relações. Relações que se estabelecem entre as pessoas, em um determinado tempo e espaço, por mais vagos que esses sejam. E hoje estava lendo no ônibus, indo para a escola, quando me deparo com o seguinte texto:

"A verdade não é sua nem minha. Não existe caminho para ela. Quando tem um caminho, não é para a verdade. Assim, se você não se importa, vamos repetir novamente que estamos investigando juntos, como dois amigos que são profundamente interessados, não somente pelo que está acontecendo pelo mundo, mas também no que está acontecendo dentro de nós. O que acontece fora é reflexo do que acontece dentro. Existe uma constante inter-relação entre os dois."
(KRISHNAMURTI, J. em Cartas a uma jovem amiga - pag. 80)

Tudo se explica.

Filipe Hauszler

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Tempo


O que é o tempo? 
A definição do tempo é uma charada que desafia os sábios pelos séculos afora , mas para a física ele é uma grandeza fundamental, sobre a qual não cabe definição. Ele só pode ser compreendido em relação ao espaço e ao movimento. 
O tempo é relativo e existe uma grande tendência de romantiza-lo 
Segundo a teoria da relatividade o tempo transcorrido entre dois eventos não é o mesmo para dois observadores em movimento relativo. Por exemplo o tic-tac do meu relógio não será igual ao do seu se estivermos em movimento relativo um ao outro , entenda que seu tempo é uma questão da sua realidade. 
Você cria seu tempo...”*

De alguma forma, nesse projeto, estamos intensamente ligados ao tempo. Talvez com T maiúsculo. Estamos lidando com historia, que se tornou um campo de estudos não apenas do tempo cronológico, não apenas para entendermos o passado, mas “um campo de estudos da constituição do homem como sujeito de si, da subjetividade enquanto processo ao mesmo tempo cultural e politico que se transforma no curso do tempo e varia de acordo com as sociedades”**

A Teia quer revelar os sujeitos dessa história. Não apenas fatos, mas pessoas. Não queremos revelar um tempo, mas o Tempo de cada sujeito.

**SANT'ANNA, Denise Bernuzzi de. Corpo e história. Cadernos de subjetividade. Núcleo de estudo e pesquisa da subetividade – Programa de estudo de pós-graduação em psicologia clínica – PUC/SP, 1995 (2), p. 243-266.


Filipe Hauszler