terça-feira, 26 de julho de 2011

25 de novembro de 2004

Em 2004, um grupo formado pela artista plástica Camila de Oliveira se juntou para pintar o muro em frente ao C.I.E.S.L.
Com doações de tintas e boa vontade, no dia 25 de novembro de 2004, eles fizeram a pintura, hoje já desgastada pelo tempo.


             



Sobre o desenho, Camila fala:
“Colocamos as quatro fases da lua para representar as Yabás, mãos movendo as pedrinhas miudinhas de Aruanda, estrela de Iemanjá, jardim de flores e Ibejis para as crianças e as cores para todos os Orixás... ah! E o símbolo das quatro raças no centro, com uma flor.”
Todos os símbolos foram escolhidos pelo grupo, em um trabalho que integrou os médiuns da corrente e ficou guardado na memória social coletiva da Casa.


São ações como essa que pretendemos reavivar por meio de nosso Projeto.
Utilizando palavras de Ecléa Bosi:
“Nosso interesse está no que foi lembrado, no que foi escolhido para perpetuar-se na história (...)” [1] (ênfase no original).




Fotos: Camila de Oliveira


Vamos (re)lembrar!!



Érica Diana


[1] BOSI, Ecléa. Memória e sociedade: lembranças de velhos. Editora da Universidade de São Paulo. São Paulo, 1987. Introdução – pg.1.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Sinceridades e Memórias


Ontem A Teia deu mais um passo importante, estamos cada vez mais deixando de ser “jangada de pedra” [1] à deriva pelos oceanos, navegando de forma aparentemente errante.
No processo de desprendimento dos caminhos “aparentemente errantes” tivemos um encontro/reunião/orientação com a Cris, Mãe Cris, que trouxe para nós (objetos atuantes e Projeto) novo fôlego, nova energia.

A conversa foi um misto de sinceridades, amenidades, orientação, boas risadas e memórias... Muitas idéias poderão em fim sair do papel! Aguardem, em breve o Projeto realizará algumas atividades coletivas, buscando, como fundamento de toda nossa proposta, trazer as pessoas para o protagonismo da história do C.I.E.S.L.

Nosso Projeto, nossa história, nossos caminhos ganham, a cada dia, pilares mais sólidos, mais força e mais luz.


Érica Diana


[1] A Jangada de Pedra é um livro de José Saramago que retrata, por meio de uma narrativa quase fantástica, a divisão da Península Ibérica do restante da Europa, onde Portugal e Espanha desprendem-se do continente e começam a navegar pelos oceanos. SARAMAGO, José. A jangada de pedra – Editora Record/ Altaya - São Paulo – 1980.




quinta-feira, 14 de julho de 2011

Prazer

Em meio a esse processo, estamos nos apegando a várias e várias fontes. Algumas nos mostram conteúdos interessantes, outras mostra estruturas de roteiros redondinhas e enfim, o aprendizado é sempre muito claro.

Com o documentário de Andrucha Waddington, não aprendi outra coisa se não o prazer de ver a história. Não é preciso ser nada sério e pomposo para ser um belo documentário, e está aí a prova.

Bom proveito.

Filipe

segunda-feira, 11 de julho de 2011

A Barca - Bumba Boi Brilho da Sociedade



Documentário sobre o Bumba Boi Brilho da Sociedade, sotaque de costa-de-mão, de Cururupu, Maranhão, Brasil. Produzido pelo grupo A Barca e Olhar Imaginário. Dirigido por Edu Garcia. Fotografia de Olindo Estevam e Angelica Del Nery. Integra o DVD 7 Curtas da Coleção Turista Aprendiz.



Érica Diana

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Cada pessoa É um mundo - Seu Barone

Algumas pessoas nascem com o dom de envolver as outras com as palavras.
Prender a atenção, emocionar, conquistar em apenas uma frase.
Ontem, Filipe e Eu fomos conhecer o Sr. Alfredo Barone, o FAMOSO Seu Barone, protagonista de muitas histórias do C.I.E.S.L.
O medo do desconhecido é inerente aos seres humanos, e assim fomos nós, apreensivos, criando nosso próprio Seu Barone, bem mais rígido e menos afetuoso do que a figura que encontramos no número 1.005 de uma rua na Zona Sul da cidade de São Paulo.
Uma visita sem pretensões. Juntamente com outras pessoas estávamos lá, para uma conversa de amigos... Um amigo que parecíamos reencontrar.
Entre recortes de jornal e muitos sorrisos a noite passou rapidamente. Não precisamos falar quase nada sobre nosso Projeto, mesmo sabendo que já haviam comentado com ele a respeito da nossa intenção de resgatar a história da Casa, nos pareceu que ele já sabia que um dia bateríamos à porta de sua casa, dispostos a partilhar de mais de 60 anos de vida desse Círculo.
Carinho na voz, no olhar, nas brincadeiras e na atenção que nos foi dada. O medo passou e o que sentimos foi o coração cheio. Algumas lágrimas até quiseram escapar... Um mundo imenso está se abrindo diante de nós; um não, dezenas de mundos se abrem, pois cada pessoa É um mundo.
Desse nosso primeiro encontro fica uma frase, que nos foi entregue logo ao chegarmos, uma frase que nos deu as boas vindas a esse novo mundo e também a certeza de que estamos no caminho certo:

“Existem momentos que jamais serão esquecidos. Não importa se foram rápidos, o mais importante é que foram vividos.”

Salve, Seu Barone.
Salve, Mãe Paula.
Salve, Agostinho.


Érica Diana

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Movimento

Já faz algum tempo que noto que as coisas não estão mais as mesmas. Vou me expressar melhor. As coisas podem até estar as mesmas, mas a postura das pessoas em relação a essa estagnação está mudando.
Hoje vemos, ouvimos ou ficamos sabendo de diversos movimentos que, para dizer o mínimo, questionam atitudes tomadas pelo governo, pontos de vista antiquados, violências e muitas outras coisas que de fato merecem ser questionadas.

Como exemplo, podemos citar o Movimento Brasil Pelas Florestas, que já citamos aqui algumas vezes, a Marcha da Liberdade, a Slut Walk, que aqui no Brasil ficou conhecida como Marcha das Vadias, e enfim... Várias pessoas estão se movimentando perante o mundo.

Nós d'A Teia estamos vivendo isso intensamente. Alguns de nós ligados a esses movimentos que eu citei aqui, outros não, mas A Teia também é esse movimento. Nós, com esse Projeto, também vivemos esse momento de postura perante o mundo. E é de extrema importância que vocês que acompanham esse blog, os irmãos que não acompanham, e enfim, todos os fios dessa Teia, saibam que todos também estão aqui envolvidos.

Esse vídeo é a prova de que não precisamos mudar o mundo com projetos grandiosos, mas verdadeiros.


MOVIMENTEM-SE!

Filipe Hauszler



segunda-feira, 4 de julho de 2011

A Teia

Como já dissemos aqui, a Teia tem a proporção que quisermos!

“Toda entidade é uma rede, e todas as entidades são co-extensivas e indiscerníveis das redes que participam."1

Hoje tive mais uma prova:

"Mas no mundo em que vivemos os fenômenos não são fragmentados e cada ato produz energia, tece a rede e por mais que tenha havido a decepção diante da GRANDE MÍDIA, por mais uma vez mostrarem que seus valores estão reduzidos a moedas de papel... a rede já foi formada e cá estamos nós, reverberando o movimento, fortalecendo a teia, porque nós somos mata, somos floresta e sabemos que a única coisa que nunca muda é a própria mudança!"  ((http://brasilpelasflorestas.blogspot.com/2011/06/passeata-pela-vida-no-xingu_7818.html))


Filipe Hauszler


ESCÓSSIA, Liliana da; KASTURP, Virgínia. A noção de rede coletiva. In: O conceito de coletivo como superação da dicotomia indivíduo-sociedade.
 

sábado, 2 de julho de 2011

Somos Florestais

Vou compartilhar com vocês um texto que escrevi sobre o Festival Folclórico de Parintins, nacionalidade e outras coisas. Espero que gostem.



Parintins e a ode ao nosso índio interior

É com Parintins que o mundo vai conhecer a Amazônia.
Parintins é o caminho!
Antes de ver o que acontece na festa do Boi de Parintins, pensava como muitos devem pensar: que a vida na Amazônia é a vida na floresta, nesse sentido e visão distanciada que temos da floresta, onde a fauna e flora se sobrepõe a vida humana.
Esse é um pensamento tão tolo como acreditar que São Paulo é o reino das oportunidades.
Assistindo ao Festival pude perceber que a floresta não se sobrepõe ao homem. Eles comungam. A floresta, seus seres e lendas dividem espaço com o homem.

Como não conhecemos o Brasil!

Nós, seres urbanos, brasileiros também, não conhecemos mais do que 3 lendas de nosso folclore, talvez isso aconteça porque nunca disseram que ele é nosso. Esse distanciamento é o nosso maior crime. É ele que não permite que tenhamos a Amazônia como nossa.

Parintins é a saída!

Em Parintins nosso índio interior é evocado, é cantado e dançado junto aos seres mágicos da Floresta.
Se cada brasileiro pudesse tomar ciência desse ser interno, absurdos como Belo Monte não aconteceriam.
Em textos como o da abertura do Festival*, declamado pelo Apresentador do Boi Garantido, pode-se ver o poder dessa ópera verdadeiramente e inteiramente tupiniquim.
O Brasil tem que conhecer o Brasil.
É tomando consciência de nossa nacionalidade, com toda sua amplitude territorial, cultural e moral que vamos poder combater a barbárie que nos destrói como nação florestal e tropical.
Não podemos deixar que o governo nos impeça de crer que somos UM Brasil.

Somos tropicais!
Somos Florestais!

Salve a nacionalidade sem ufanismos baratos!

Salve Parintins!
Salve nosso índio interior!


Filipe Fernandes Hauszler
São Paulo – 28.06.2011


 * “Senhores jurados, queridos amigos visitantes, minha galera querida a floresta queima aos olhos do mundo, o progresso avança e a vida se esvai. A soja ronda a Amazônia e o previsível acontece - o fogo arde e a vida vira cinza -  o que era gente vira boi e o que era árvore vira soja e grama. Assim nossa Amazônia queima, sem dó, nem drama, aos olhos insensíveis dos gananciosos. Mas é preciso gritar enquanto há tempo, e mais do que nunca  é preciso gritar para salvar a vida.  Essa é a grande missão do Garantido que, há mais de uma década, vem chamando a atenção para os riscos que rondam a Amazônia.  Nesta noite o Garantido abre o Festival Folclórico de Parintins com o espetáculo “Povo Vermelho“, revelando o índio como matriz principal de toda a mestiçagem e transfiguração ocorrida desde a colonização, que resultou no homem amazônico atual, com suas características indígenas visíveis. O nosso tema “MISCIGENAÇÃO” mostra os povos da floresta, para que possamos reconhecer o índio que existe em cada um de nós, valorizando, definitivamente, a contribuição indígena na formação social e cultural da Amazônia. “Povo Vermelho” é mais um grito de alerta através da arte para que o direito à vida seja resguardado a todas as comunidades indígenas, que sempre sofreram sem ter o direito à terra. E aos povos da floresta, como resultado da mais complexa transfiguração antropológica,  dolorosa enquanto fruto de uma dominação violenta, mas generosa, segundo Darcy Ribeiro, enquanto resultante de um novo povo.  Vermelho porque descendente dos índios e generoso porque cultiva o dom da convivência pacífica e harmoniosa. Estamos convencidos de que a “MISCIGENAÇÃO” fortalece o sentimento humano da convivência pacífica. E é com este sentimento senhores jurados, meus queridos visitantes, minha galera amada  que o nosso Boi GARANTIDO apresenta,  a partir de agora,  o espetáculo: “Povo Vermelho – A Amazônia Indígena Antes”   (Texto declamado por Israel Paulain, apresentador do Boi Garantido, na primeira noite do Festival de Parintins, 24/6/11.)


Filipe Hauszler